A concessionária Aena Brasil anunciou que, com a reforma em andamento, o Aeroporto de Congonhas já registra os primeiros impactos positivos nas operações de embarque e desembarque de passageiros. Um aumento na eficiência de embarque começou a ser percebido com as primeiras adaptações concluídas nas pontes de embarque e áreas de taxiamento, mudanças que fazem parte do extenso projeto de modernização do aeroporto, o segundo mais movimentado do Brasil, localizado na zona sul de São Paulo. A obra, orçada em R$ 2,4 bilhões, é a maior em andamento no setor aeroportuário na América do Sul e está prevista para ser concluída em 2028, com o objetivo de transformar Congonhas em um aeroporto de última geração, capaz de lidar com o crescimento da demanda e a evolução do setor aéreo.
Uma das mudanças mais notáveis já em curso é a ampliação das pontes de embarque, que aumentará as posições de 12 para pelo menos 20. Essa melhoria vai reduzir a necessidade de embarques remotos, onde os passageiros são transportados até as aeronaves por ônibus, um processo que hoje representa 30% das operações de embarque no aeroporto. Segundo a Aena, as novas pontes permitirão que 70% dos embarques sejam realizados diretamente, otimizando o tempo dos passageiros e proporcionando mais conforto. Além disso, as novas pontes estão sendo projetadas para acomodar aeronaves maiores, como o Airbus A321 e o Boeing 737 MAX, permitindo que o aeroporto atenda um número maior de passageiros sem precisar expandir a frequência de pousos e decolagens.
Com a reforma em andamento, o aeroporto já implementou as primeiras mudanças na área de taxiamento, conhecidas como taxiways, que facilitarão a circulação de aeronaves pelo aeródromo. Atualmente, as vias de taxiamento de Congonhas estão muito próximas da pista principal, o que gera gargalos e interfere nas operações de pouso e decolagem. A distância entre as pistas será ampliada para 158 metros, alinhando-se aos padrões de segurança internacionais definidos pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO). Essa mudança reduzirá significativamente o tempo de espera das aeronaves no solo, permitindo um fluxo mais eficiente e seguro para os passageiros e companhias aéreas.
Outro destaque do projeto é a ampliação do terminal de passageiros, que quase dobrará de tamanho, passando de 52 mil metros quadrados para 105 mil metros quadrados. Essa expansão permitirá que o aeroporto de Congonhas aumente sua capacidade de atendimento dos atuais 22 milhões de passageiros para até 29 milhões por ano, suprindo a demanda crescente prevista para os próximos anos. Segundo a Aena, a obra prevê que, até a conclusão do projeto, Congonhas esteja preparado para atender confortavelmente à sua nova capacidade, mantendo a segurança e a qualidade dos serviços.
Além do terminal de passageiros, a expansão também contempla a construção de um novo terminal de cargas, projetado para atender à crescente demanda por transporte de mercadorias na cidade de São Paulo, um dos maiores polos econômicos do país. Com área projetada de 50 mil metros quadrados, o novo terminal contará com sistemas automatizados de manuseio de carga, reduzindo o tempo de processamento e aumentando a eficiência logística. A expectativa é que o volume de carga movimentada em Congonhas cresça até 40% nos próximos 10 anos, consolidando o aeroporto como um centro logístico estratégico para o Brasil e a América Latina.
Para a reorganização das áreas de estacionamento de aeronaves, o projeto prevê a realocação de hangares que, atualmente, ocupam áreas cruciais para a expansão das taxiways e do pátio principal. Com a mudança, Congonhas ganhará mais posições de estacionamento, que aumentarão de 30 para 37, permitindo que um número maior de aeronaves seja acomodado no aeroporto, reduzindo os intervalos entre pousos e decolagens. Isso se torna essencial para manter a eficiência e a pontualidade do aeroporto, mesmo durante o período de obras.
O plano de reforma também inclui melhorias significativas no acesso terrestre ao aeroporto. Com a futura integração de Congonhas à Linha 17-Ouro do Monotrilho, que ligará o terminal à Estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda da CPTM, a previsão é de uma redução no uso de veículos particulares e táxis, melhorando o trânsito na região e facilitando o acesso para os passageiros. A previsão de conclusão da nova linha é para 2026, e a nova conexão promete atrair mais passageiros para Congonhas, aliviando o congestionamento e promovendo uma alternativa prática e sustentável de transporte.
As questões de sustentabilidade também receberam atenção especial no projeto de modernização. O aeroporto contará com sistemas de climatização e gestão de resíduos mais eficientes, incluindo uma estação de tratamento de esgoto que deverá reduzir o consumo de água em até 30% e as emissões de carbono em 25%. Essa infraestrutura sustentável se alinha com as metas globais de redução de impacto ambiental da indústria aeroportuária e reforça o compromisso do aeroporto em manter operações ecologicamente responsáveis.
Outra inovação prevista é o novo sistema automatizado de processamento de bagagens, que deverá reduzir o tempo médio de despacho em até 35%, mesmo nos horários de pico. A expectativa é que, com o sistema modernizado, o tempo médio para o despacho de bagagens caia para menos de 15 minutos, proporcionando uma experiência mais eficiente e confortável para os passageiros.
Realizada em fases, a reforma é um desafio logístico significativo, uma vez que o aeroporto continuará operando normalmente durante todo o processo. Para minimizar o impacto nas operações diárias, a Aena e as empresas envolvidas na execução das obras estão utilizando hangares e pátios provisórios, mantendo o fluxo de pousos e decolagens sem interrupções. Essa abordagem cuidadosa visa assegurar que o aeroporto continue operando com segurança e eficiência, enquanto as mudanças estruturais são implementadas.
Com as obras em andamento, Congonhas está em processo de se transformar em um aeroporto de última geração, preparado para atender às demandas da aviação moderna e projetado para se manter competitivo no cenário nacional e internacional nas próximas décadas. Para os passageiros e a comunidade em geral, essas reformas representam não apenas uma melhoria na capacidade de atendimento, mas também um compromisso com a segurança, sustentabilidade e a qualidade do serviço, pilares fundamentais para o futuro da aviação no Brasil.